Ação do Projeto Iguaçu Vivo, com 200 voluntários, promove limpeza e plantio de mudas no bairro Uberaba, reforçando a consciência ambiental.
No último sábado (15/11), o Rio Iguaçu, em Curitiba, recebeu um significativo mutirão de limpeza que resultou na remoção de aproximadamente dez toneladas de lixo e entulho de suas margens no bairro Uberaba. Cerca de 200 voluntários do Projeto Iguaçu Vivo se uniram para a ação, que incluiu também o plantio de mudas nativas e a coleta de materiais recicláveis. A iniciativa, realizada em celebração ao Dia do Rio Iguaçu, teve como principal objetivo a conscientização da população sobre a urgência da preservação ambiental e a importância da correta destinação dos resíduos.
Contexto
O Projeto Iguaçu Vivo é uma iniciativa contínua que busca resgatar a saúde ambiental do Rio Iguaçu, um dos mais importantes mananciais da região metropolitana de Curitiba. Esta foi a terceira edição do projeto, demonstrando um compromisso de longo prazo com a recuperação e manutenção da biodiversidade local. A ação é fruto de uma colaboração estratégica entre diversas entidades, solidificando a força do voluntariado e da responsabilidade social.
Entre os principais organizadores e apoiadores estão o Rotary Club Corporativo Sanepar, a própria Sanepar, a Defesa Civil e a Prefeitura de Curitiba, além de outros Rotary Clubs da cidade. Essa rede de parceria é crucial para mobilizar recursos e pessoas, garantindo a escala e o impacto das atividades realizadas. A sinergia entre o setor público, a iniciativa privada e as organizações da sociedade civil é um modelo para outras ações de preservação ambiental.
A escolha do sábado (15/11) para o mutirão não foi aleatória. A data é emblemática, celebrando o Dia do Rio Iguaçu, e serve como um poderoso catalisador para a conscientização. O rio, que nasce na Serra do Mar e percorre cerca de 1.320 quilômetros até desaguar no Rio Paraná, é vital para o ecossistema e para o abastecimento de diversas comunidades. No entanto, enfrenta desafios significativos devido ao descarte inadequado de lixo e à poluição.
A presidente do Rotary Club Corporativo Sanepar, Gislaine Ceschim, enfatizou a importância do engajamento comunitário. “Ver a dedicação de tantos voluntários, unindo forças para cuidar do nosso rio, é inspirador. O Iguaçu é um patrimônio que precisa da atenção de todos”, afirmou Ceschim, segundo comunicado oficial da organização. Essa mobilização visa não apenas a limpeza física, mas também a transformação cultural em relação ao meio ambiente.
A secretária do Programa de Voluntariado Corporativo da Sanepar, Sabrina Riceto Karas, destacou o papel da empresa. “A Sanepar tem um compromisso intrínseco com a sustentabilidade. Nossos colaboradores, como voluntários, reforçam essa missão, mostrando que a responsabilidade ambiental vai além das operações diárias”, pontuou Karas. O projeto não se limita à retirada de resíduos, estendendo-se ao plantio de mudas nativas ao longo de aproximadamente cinco quilômetros das margens do rio, contribuindo para a recuperação da mata ciliar e a estabilidade do solo.
O idealizador do projeto, Rafael Leite, sublinhou a evolução da iniciativa. “Cada edição do Projeto Iguaçu Vivo mostra um avanço, não só na quantidade de lixo removido, mas na disseminação da mensagem. É um esforço contínuo para reverter anos de descuido”, observou Leite, reforçando a perspectiva de longo prazo do trabalho. A educação ambiental, promovida diretamente no local da ação, é um pilar fundamental para garantir que os resultados sejam duradouros.
Impactos da Decisão
A remoção das dez toneladas de lixo e entulho representa um alívio imediato e substancial para o ecossistema do Rio Iguaçu. Entre os materiais retirados, encontram-se desde pequenos plásticos e embalagens até objetos maiores como pneus, eletrodomésticos e móveis descartados irregularmente. A presença desses resíduos não apenas degrada a paisagem, mas também libera substâncias tóxicas na água, prejudica a fauna aquática e terrestre, e obstrui o fluxo natural do rio, aumentando o risco de enchentes.
O impacto ambiental direto da limpeza é a melhoria da qualidade da água e do solo nas margens. Com menos lixo, a água torna-se mais propícia à vida aquática e a paisagem natural é restaurada. O plantio de mudas nativas, por sua vez, contribui para a formação de uma nova mata ciliar, essencial para proteger o rio da erosão, filtrar poluentes e fornecer habitat para diversas espécies de animais e plantas. Este reflorestamento é um investimento a longo prazo na biodiversidade e na resiliência do ecossistema.
Além dos benefícios ecológicos, a mobilização dos duzentos voluntários tem um profundo impacto social. A união de pessoas de diferentes idades e backgrounds em prol de uma causa comum fortalece o senso de comunidade e a cidadania. Voluntários como Emanuelle Carvalho e Graziela Beltramin Sanches expressaram o sentimento de realização. “É muito gratificante participar de uma ação como essa. Sinto que estou fazendo a minha parte para um futuro melhor”, disse Emanuelle, segundo apuração no local.
Graziela, por sua vez, complementou: “Ver a quantidade de lixo que tiramos do rio me fez refletir ainda mais sobre o meu consumo e o descarte correto. É uma lição para a vida toda”. Tais depoimentos ressaltam o poder transformador do voluntariado, que não só beneficia o meio ambiente, mas também educa e inspira os participantes a adotarem práticas mais sustentáveis em seu dia a dia.
A ação serve como um poderoso alerta para a população de Curitiba e região metropolitana sobre a urgência do problema do descarte inadequado de resíduos. Ao ver a escala do lixo retirado, os cidadãos são incentivados a repensar seus hábitos de consumo e a buscar alternativas para a destinação correta de seus resíduos, como a reciclagem e os pontos de coleta seletiva. Isso gera um efeito multiplicador na conscientização ambiental.
O Projeto Iguaçu Vivo também exerce um papel fundamental na promoção da saúde pública. A remoção de entulhos e resíduos evita a proliferação de vetores de doenças, como mosquitos e roedores, que encontram em lixões irregulares um ambiente propício para sua reprodução. A limpeza das margens contribui diretamente para um ambiente urbano mais saudável e seguro para todos.
Próximos Passos
O sucesso da terceira edição do Projeto Iguaçu Vivo serve como um trampolim para futuras e ainda mais ambiciosas iniciativas. Os organizadores, liderados pelo Rotary Club Corporativo Sanepar e pela Sanepar, já vislumbram a expansão das ações de limpeza e conscientização. O objetivo é ambicioso: “Queremos que o Projeto Iguaçu Vivo não se limite a Curitiba, mas se expanda para todo o Paraná, alcançando outras comunidades ribeirinhas e mananciais que necessitam de atenção”, declarou um porta-voz da organização, conforme informações obtidas através de contato direto com os organizadores.
A expansão para outros municípios do Paraná implicará em novos desafios logísticos e na necessidade de angariar ainda mais voluntários e parcerias. Será fundamental replicar o modelo de sucesso de Curitiba, adaptando-o às realidades locais de cada região. A experiência adquirida nestas três edições será valiosa para otimizar os processos e maximizar o impacto das futuras ações. A busca por novos parceiros estratégicos, incluindo empresas, escolas e outras ONGs, será uma prioridade.
Para além dos mutirões de limpeza, o projeto deve intensificar as campanhas de educação ambiental. A conscientização contínua da população é a chave para prevenir o descarte irregular de lixo na fonte, reduzindo a necessidade de futuras limpezas emergenciais. Isso pode envolver a distribuição de material informativo, a realização de palestras em escolas e comunidades, e a promoção de dias de campo para demonstrar a importância da flora e fauna locais.
A manutenção das áreas já limpas e reflorestadas também será um foco. Isso inclui o monitoramento da vegetação plantada e a realização de pequenas intervenções para garantir que os esforços passados não sejam em vão. A sustentabilidade das ações a longo prazo dependerá de um engajamento comunitário contínuo e de políticas públicas de saneamento e gestão de resíduos cada vez mais eficazes.
A colaboração entre a Sanepar, a Defesa Civil e a Prefeitura de Curitiba será crucial para integrar as ações do projeto com as políticas públicas de saneamento básico e gestão de resíduos sólidos. A articulação dessas esferas pode gerar soluções mais abrangentes e sistêmicas para a problemática da poluição dos rios urbanos, garantindo que o impacto dos mutirões seja duradouro e que as causas-raiz do problema sejam endereçadas.
O Projeto Iguaçu Vivo se estabelece, portanto, não apenas como uma série de ações pontuais de limpeza, mas como um movimento crescente em prol da sustentabilidade e da responsabilidade ambiental. A meta de levar essa iniciativa para todo o Paraná reforça a visão de um futuro onde os rios sejam sinônimo de vida e não de lixo, inspirando cidadãos e instituições a agirem em favor do meio ambiente. A cada tonelada de lixo removida, a cada muda plantada, um passo é dado em direção a um Iguaçu verdadeiramente vivo.
Fonte:
Sanepar – Dez toneladas menos de lixo no Rio Iguaçu. Sanepar

